Reportagem publicada em 06/11/2008 Última atualização 06/11/2008 19:14 TU
No início de outubro, quando a RFI entrevistou o escritor francês, Jean-Marie Blas de Roblès, ele era um dos nomes da lista de candidatos ao Prêmio Médicis-2008, um dos mais disputados na França. Na quarta-feira, dia 5, ele foi consagrado como ganhador desse prêmio de grande prestígio nos meios literários. A obra que lhe valeu essa honra se intitula Là où les tigres sont chez eux (Lá onde os tigres se sentem em casa), tem quase 800 páginas e faz um paralelo entre a vida do jesuíta Athanase Kirchner, no século 17, e o Brasil contemporâneo.
A história se passa nos anos 80, em Alcântara, no Maranhão, onde um jornalista-correspondente espanta o tédio lendo um manuscrito sobre Kirchner, amigo de Galileu. Essa é apenas uma das pistas da trama. Outras levam o leitor mais longe ainda. Elaine, a ex-mulher do jornalista, antropóloga, se embrenha na selva amazônica. Moema, sua filha, percorre o Brasil sem rumo certo. Uma personagem italiana é um caso curioso na história, assim como o menino de rua, o vingativo Nelson, que mora na favela de Pirambu. Através dessa gente, Jean-Marie Blas de Roblès questiona temas como a história, a arte, a biografia, em suma, o sentido da vida. Para quem não sabe, o título do romance foi tirado da obra Afinidades eletivas, do alemão Goethe.
Jean-Marie Blas de Roblès, de 54 anos, deve essa sua afinidade com o Brasil ao tempo em que morou no nordeste e trabalhou na Universidade de Fortaleza, no Ceará. Mas o escritor, que também é filósofo, historiador e especialista em arqueologia submarina, é um agregador de culturas de lugares tão diversos como Líbia, Indonésia e Tibete.
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Entrevistado por Adriana Brandão, jornalista da RFI
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