Reportagem publicada em 04/01/2010 Última atualização 04/01/2010 14:37 TU
Essa segunda-feira marca os 50 anos da morte do escritor franco-argelino Albert Camus, em meio a uma polêmica política.
Prêmio Nobel de Literatura aos 44 anos, Camus é um dos principais representantes da literatura francesa no mundo. O autor de "O estrangeiro" nasceu na Argélia, em 1913, onde viveu uma infância modesta. O pai morreu quando ele tinha um ano e a mãe não sabia nem ler nem escrever.
Aos 24 anos, Albert Camus publicou seu primeiro livro e logo depois se instalou em Paris, onde começou a fazer parte da resistência contra os nazistas e fundou o jornal clandestino "Le Combat", que tinha entre seus colaboradores nomes como Jean-Paul Sartre.
Homem de esquerda, escritor engajado, Camus sempre recusou o uso da violência, ao ponto de romper com o amigo Sartre, que a partir da década de 40 passou a justificar e mesmo a defender a violência e o terrorismo como meio de resistência.
Nos anos 40, Camus desenvolveu, com "O Mito de Sísifo", sua filosofia do absurdo, em que tentou mostrar que todo o esforço humano, representado na figura mítica de Sísifo, é inútil.
Entre suas obras mais conhecidas estão, além de "O Estrangeiro", escrito em 1942 e traduzido para mais de 40 línguas, "A Peste", de 1947, e "A Queda", de 1956.
Albert Camus morreu jovem, aos 46 anos, no dia 4 de janeiro de 1960, em um acidente de carro no sul da França.
Hoje, 50 anos mais tarde, o presidente francês Nicolas Sarkozy lançou uma polêmica aqui na França, ao propor que o corpo de Camus seja transferido para o Panthéon, monumento em Paris onde já repousam célebres personagens da literatura francesa, entre eles Voltaire, Rousseau, Victor Hugo e Emile Zola. Para muitos críticos, a proposta de Sarkozy é uma tentativa de recuperação política de uma figura mítica da esquerda francesa.
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