Reportagem publicada em 24/01/2009 Última atualização 26/02/2009 16:45 TU
Desde 1911 se buscava uma ortografia comum da língua portuguesa que é falada em 8 países mais Macau, região administrativa especial da China.
Foto: CPLP
Desde primeiro de janeiro de 2009, começou a entrar em vigor o acordo ortográfico da língua portuguesa nos 8 países mais Macau que falam português no mundo. A aplicação da mudança é gradativa. No Brasil, as duas formas de escrever serão toleradas até 2012. Em Portugal essa tolerância é de seis anos. O acordo tem por meta a simplificação e a unificação da ortografia entre a norma válida no Brasil e a norma de Portugal, que também é adotada pelos outros países lusófonos: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A mudança atinge apenas 0,5% da grafia usada no Brasil e 3% em Portugal, mas as resistências são grandes, principalmente em Portugal onde um manifesto em defesa da língua portuguesa e contra o acordo ortográfico, lançado por intelectuais e personalidades importantes, já obteve mais de cem mil assinaturas.
O novo acordo ortográfico foi aprovado politicamente em dezembro de 1990 pelos ministros ou secretários de estado de cultura dos países que falam português e levou mais de 18 anos para ser ratificado por pelo menos três países, condição necessária para que ele entrasse em vigor. Uma das principais razões que nortearam a procura de uma ortografia unificada foi a necessidade de transformar o português, língua falada por mais de 200 milhões de pessoas, em um instrumento de comunicação internacional. Muitos críticos dizem, no entanto, que o acordo permite muitas formas facultativas e duplas grafias que, ao invés da unificação pretendida, provocará imprecisões e equívocos. Apesar das resistências, o acordo já está sendo adotado pela maioria dos jornais brasileiros e alguns jornais portugueses.
O professor do Departamento de Lingüística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, José Luiz Fiorin, um dos maiores lingüistas do Brasil, defende principalmente o aspecto político do acordo. Ele lembra que esta não é a primeira mudança vivida pela ortografia portuguesa e que com o tempo as pessoas vão se acostumar com a nova grafia.
(Reportagem realizada por Adriana Brandão)
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Professor do Departamento de Lingüística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
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