Imigração/Calais

ONGs pedem fim de lei que pune solidariedade

Reportagem publicada em 11/05/2009 Última atualização 28/05/2009 16:28 TU

Distribuição de refeições no porto de Calais para ilegais e candidatos a asilo.
Foto: Reuters

Associações francesas que dão assistência a imigrantes na França lançaram um movimento para pedir a revogação de uma lei que pune quem dá ajuda a estrangeiros ilegais. As entidades organizaram protestos em 80 cidades francesas para pedir a supressão do chamado "delito de solidariedade", que pune com até cinco anos de prisão e 30 mil euros de multa as pessoas que facilitarem a entrada, circulação ou estadia irregular de um estrangeiro na França. A imigração é o assunto do momento e dois filmes franceses que abordam o tema - "Welcome" e "Eden à l'Ouest" - receberam os principais prêmios do festival do filme francês de Los Angeles.  

O porto de Calais, no norte da França, dá acesso a uma das principais ligações marítimas entre a França e Inglaterra. A região recebe regularmente centenas de estrangeiros ilegais, principalmente vindos do Afeganistão e Iraque. Eles tentam atravessar o Canal da Mancha em caminhões ou embarcações clandestinas e assim entrar na Grã-Bretanha. A maioria, porém, fica retida em Calais, na chamada "selva". Trata-se de um bosque de terreno arenoso que se tornou um acampamento clandestino. Seu fechamento foi anunciado recentemente pelo ministro francês da Imigração, Eric Besson.

A França, porém, não tem o monópolio da questão. A Itália vem enfrentando dificuldades com o que considera um excesso de imigrantes africanos. Recentemente, três barcos com cerca de 300 imigrantes clandestinos naufragaram na costa da Líbia. Em fevereiro, as Ilhas Canárias foram palco de um drama semelhante, quando imigrantes vindos do norte da África, incluindo crianças, morreram nas proximidades do litoral.

(Reportagem de Lúcia Fróes)

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